quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Tem noite que você mal consegue dormir de tão estranhos que os sonhos são. Uns parecem tão reais que você chega a acordar e responder à mãe, que gritava por você... mas só no sonho. Outros aparecem assim, meio sem noção, envolvendo os 100 anos da Abolição (que foram comemorados em 1988!), e você a se perguntar quando foi a última vez que falou ou pensou no assunto, para ver se entende a razão de seu subconsciente puxar isto dos arquivos.
No final, já quase acordando, ainda sem entender a conexão dos assuntos, você sonha/relembra um ex-ficante que criticava tudo que não fosse europeu, rejeitando qualquer expressão popular nacional e regional, mas lia e admirava Clarice. Aí lembra que conhece outras pessoas que também leêm, admiram e/ou estudam Clarice, e por isso, apenas por isso, se acham os "entendedores da arte de viver", como se os escritos lispectorianos fossem cartilhas ensinando.
Gostaria de ler mais Clarice. Lígia, García Marquez e Nelson Rodrigues também. Mas às vezes prefiro mesmo caminhar na praia e aproveitar o que está ao meu redor, ao invés de ler a respeito.
Melhor viver do que ler sobre.

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